Diário de Mercado na 6ª feira, 04.05.2018
Manutenção de condições de trabalho nos EUA impulsiona bolsas
Resumo.
O relatório de condições do mercado de trabalho nos EUA (payroll) foi responsável por animar os negócios ao término da semana. Entre dados melhores e piores do que se esperava predominou a leitura da continuidade de um mercado considerado em pleno emprego, com moderados ganhos por hora trabalhadas, dirimindo – pelo menos pontualmente – temores de alta de juros mais acentuadas por lá.
Com isso as bolsas estadunidenses dispararam, e carregaram consigo outros mercados em um contágio de apetite ao risco.
No Brasil, o Ibovespa até acompanhou a direção, mas com as incertezas no âmbito eleitoral ainda pairando no radar dos investidores o movimento foi sem tração, e a modesta alta observada ao longo do dia foi perdida no fechamento.
Ademais, os juros futuros encerraram a sessão próximos da estabilidade, assim como o dólar, embora este último ligeiramente enviesado para a queda.
Ibovespa.
A bolsa brasileira até que tentou acompanhar o bom humor externo, mas findou por ceder ao território negativo no leilão de fechamento. O Ibovespa foi puxado para baixo especialmente pelo setor financeiro e a Petrobras, mas tendo a Vale e os players de siderurgia influenciando positivamente.
Fechou aos 83.118 pts (-0,20%), recuando 3,85% na semana e 3,48% no mês e avançando 8,79% no ano e 28,15% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 11,60 bilhões, sendo R$ 11,36 bilhões no mercado à vista. Na 4ª feira, 02.05, último dado disponível, houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 443,283 milhões na bolsa, diminuindo o saldo do ano para R$ 3,978 bilhões no ano.
Agenda Econômica.
Nos EUA, o relatório que traz a criação de empregos e condições gerais do mercado de trabalho (payroll) relativo ao mês de abril mostrou a abertura de 164 mil novos postos de trabalho.
O dado ficou aquém do esperado pelos analistas (193 mil), mas houve revisão positiva dos meses retroativos em 30 mil postos, o que manteve a média trimestral em nível considerado satisfatório, e com isso o dado foi considerado neutro.
Por outro lado, apesar da média de ganhos por hora ter também ficado ligeiramente abaixo do previsto, tanto no comparativo mês a mês quanto ano contra ano (2,6% vs 2,7% e 0,1% vs 0,2%), a taxa de desemprego surpreendeu, ao recuar a 3,9% (estimativa de 4,1%), chegando ao menor nível desde 2000.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial deu uma trégua na recente escalada e encerrou a sessão em modesta queda, acompanhando a dinâmica dos juros futuros, e respondendo à melhora do humor dos investidores frente à divulgação do payroll.
A divisa fechou cotada a R$ 3,5240 (+0,03%), acumulando 1,79% na semana, 0,57% no mês, 6,30% no ano e 10,71% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos caiu a 185 pts, ante 190 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram predominantemente estáveis na sessão, ainda que na abertura tenham iniciado uma tímida escalada, aplacada integralmente após a divulgação do payroll nos EUA.
Com este sinal positivo vindo do exterior, os investidores passaram a se concentrar em decifrar a dinâmica de juros internamente, cuja discussão nasce do suposto menor espaço para cortes na próxima reunião do Copom, dados prováveis impactos da recente disparada do dólar sobre a inflação ao consumidor.
Para a próxima semana.
Brasil: Produção de veículos Anfavea, Balança comercial semanal, IGP-DI Inflação FGV , Vendas de veículos Anfavea, Exportações de veículos Anfavea, IPC-S IPC FGV, IPC FIPE- Semanal, IGP-M Inflação 1ª prévia, IPCA inflação IBGE, Vendas a varejo;
EUA: Crédito ao consumidor, IPC exceto alimentos e energia, Sentimento Universidade de Michigan; Vendas de negócio no atacado, Estoques no atacado,
Alemanha: Produção industrial;
França: Produção industrial;
Reino Unido: Produção industrial, Taxa do Banco da Inglaterra;
China: Reservas estrangeiras, Importações, Exportações, Investimento estrangeiro direto, Balança comercial, IPP, IPC, Financiamento agregado, New Yuan Loans.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 05.05.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos.